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Foto do escritorKlebson Dantas

Fugindo da fome que assola seu país, venezuelanos também enfrentam dificuldades aqui na Paraíba.


Os indígenas venezuelanos da etnia warao, que ocupam um abrigo no Centro de João Pessoa, denunciam uma série de problemas no prédio em que vivem. O prédio está com infiltrações, janelas caídas, sanitários e pias quebradas, e ficou sem energia por 7 dias. Além disso, o local está superlotado, abrigando mais pessoas do que capacidade que havia sido estipulada. A situação se repete em outros abrigos dos indígenas na capital paraibana . Os órgãos responsáveis não têm mais noção de quantos venezuelanos estão nestes locais.

Na segunda-feira (21), a ONG Associação dos Defensores da Cidadania (ADC), publicou um vídeo nas redes sociais, a pedido do Cacique do abrigo do Centro, Ramon Gómez Quinonez, denunciando a situação enfrentada pelos 46 warao que moram no abrigo do Centro.

Segundo Ramon, a princípio era um problema de água no local, que a Cagepa solucionou, mas precisava que a energia fosse desligada. O abrigo ficou sem energia por 7 dias, um lugar com crianças e idosos. O serviço foi retomado na sexta-feira (25).

O líder do abrigo do Centro e intermediador cultural também falou de problemas de falta de segurança ao relatar que na semana anterior, um homem invadiu o local ao fugir da polícia. Além da falta de infraestrutura. “Quando entramos estava organizado, mas agora as janelas de dois quartos caíram”, relatou Ramon.


Abrigo de indígenas venezuelanos no Centro de João Pessoa tem problemas em portas e janelas. — Foto: Associação dos Defensores da Cidadania


Tiago Quirino, coordenador da ADC, afirma que a situação dos outros abrigos não é tão crítica quanto no Centro.

“No abrigo do Ernani Sátiro, que fica em uma escola desativada, existem infiltrações. O banheiro está quebrado e o encanamento está todo remendado, ocasionando vazamento em vários momentos.”, relata.

O antropólogo Jamerson Lucena acompanha a situação dos warao desde 2020 e faz parte da ADC. Segundo ele, existem muitos abrigos irregulares e em situação bem precária. “A situação da moradia é preocupante, principalmente desses grupos warao que ainda estão numa situação de extrema vulnerabilidade social, e outras moradias em situação precária”.

A crise econômica e política na Venezuela provocou o deslocamento de indígenas e não indígenas venezuelanos pela fronteira em Roraima, entre eles indígenas do povo warao, que ao entrarem no Brasil e encontrarem a superlotação em Boa Vista, foram para outras regiões em busca de melhores condições de vida.

Em João Pessoa, atualmente, existem 12 casas para abrigar os warao. Uma medida emergencial para o cuidado com essas pessoas.

Locais dos abrigos em João Pessoa

  • Casa 1: Jaguaribe

  • Casa 2: Treze de Maio

  • Casa 3: Jaguaribe

  • Casa 4: Ernani Sátiro

  • Casa 5: Jaguaribe

  • Casa 6: Jaguaribe

  • Casa 7 e 8: Centro

  • Casa 9, 10, 11 e 12: Baixo Roger


Quem cuida dos abrigos dos warao?

Desde abril de 2020, a Ação Social Arquidiocesana (ASA) desenvolve um trabalho para abrigar pessoas indígenas da etnia warao, com a locação de imóveis, e disponibilizando alimentos e produtos de limpeza.

Em 2022, a ASA renovou um convênio com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano (SEDH-PB). O estado transfere um valor para que a ASA disponibilize as moradias, além da entrega de alimentos e materiais de limpeza. Já a SEDH faz o acompanhamento dos warao e atua na integração.

No último contrato celebrado em junho de 2023, no valor de R$ 1,5 milhão, a ASA se responsabilizou em atender 400 venezuelanos da etnia warao, com três refeições diárias, medicamentos e materiais de limpeza.


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