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A MÍSTICA DA SEXTA-FEIRA 13: entre o Medo e a História

Foto do escritor: Mário Alves.'.Mário Alves.'.

A sexta-feira 13, para muitos, é um dia envolto em mistério e superstição. Ao longo dos séculos, esse dado ganhou uma fama peculiar: azar, má sorte, eventos trágicos. Mas, de onde vem esse medo? E o que há de verdade histórica por trás dessa crença?


Para começar, o número 13 já foi visto com certa desconfiança muito antes da sexta-feira se juntar à sua fama. No mundo cristão, por exemplo, a Última Ceia de Jesus teria contado com 13 convidados, incluindo Judas, o traidor. Essa logo criou um desconforto com a associação número 13, como se ele estivesse ligado a traição e infortúnios.


Agora, quando falamos de sexta-feira em si, o medo remonta a várias culturas. Na tradição cristã, a crucificação de Jesus teria acontecido em uma sexta-feira. E, em algumas lendas nórdicas, sexta-feira era o dia da deusa Frigg, considerada uma ilusão associada à magia e às profecias. Quando o cristianismo se fechou pela Europa, a deusa foi demonizada, transformando a sexta-feira em um dia de azar para muitos.


No entanto, o que realmente consolidou a má fama da Sexta-feira 13 foi um evento histórico em particular. Em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, o rei da França, Filipe IV, tentou a prisão dos Cavaleiros Templários, uma poderosa ordem militar e religiosa. Esses homens, que até então eram vistos como heróis das Cruzadas, foram acusados de heresia e torturados para confessar crimes que provavelmente nem tinham conhecimento do ocorrido. Muitos historiadores acreditam que esse evento marcou o início da lenda em torno da Sexta-feira 13 como um dia de má sorte, já que a queda dos Templários foi dramática e trágica, inclusive com a morte do Grão-Mestre Jacques de Molay.


Com o tempo, a mística em torno desses dados cresceu. O número 13 passou a ser evitado em vários contextos, como em edifícios que pulam do 12º para o 14º andar ou em aviões sem a fileira 13. Filmes e livros populares, como o clássico de terror “Sexta-feira 13”, de 1980, ajudaram a alimentar ainda mais o imaginário coletivo de que esse dia é, de fato, sinônimo de medo.


Mas será que devemos realmente temer na sexta-feira 13? Se olharmos para a história com calma, percebemos que o medo em torno desses dados é mais fruto de encontros e mitos do que de fatos comprovados. Afinal, tragédias podem acontecer em qualquer dia da semana, e o número 13 não é intrinsecamente mais perigoso do que qualquer outro.


Talvez, então, a sexta-feira 13 seja menos um dado de azar e mais uma oportunidade para refletirmos sobre como as opiniões e os mitos moldam nossa visão do mundo. Afinal, no fim das contas, o que define a sorte é a maneira como encaramos nossos medos. E, quem sabe, na próxima sexta-feira 13 não traga boas surpresas?

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